O adjetivo é uma classe de
palavra que modifica outra classe de palavra, o substantivo, acrescentando a
este uma qualidade, uma extensão ou ainda uma quantidade àquilo que ele nomeia.
A qualidade acrescida, por sua vez, pode ser uma qualidade positiva ou
negativa, pois não é sempre que o adjetivo modifica, positivamente, um
substantivo. Por isso, recomendo que pensemos que o adjetivo caracteriza um
substantivo ao invés de qualificar um substantivo. Além dos adjetivos, temos
também as locuções adjetivas e os adjetivos substantivados, ou
seja, adjetivos que têm funções sintáticas de substantivos.
A conceitualização do adjetivo é
conhecida da maioria das pessoas que sabe identificar tal classe de palavra e
que a usa, sem maiores problemas, no dia a dia ao falar e ao escrever. Porém,
na maior parte das vezes, não nos damos conta de que os adjetivos que usamos
indicam, de antemão, nossa opinião sobre um determinado assunto ou uma
determinada pessoa. Dependendo do contexto no qual estamos inseridos, usamos
adjetivos para expressarmos posicionamentos, posturas, ideias e opiniões e, no
contexto da redação do ENEM, portanto, os adjetivos são fundamentais para
construirmos nossas estratégias argumentativas a fim de elaborarmos uma tese
embasada.
Neste sentido, o uso dos adjetivos no
momento do embasamento crítico e argumentativo é essencial para indicar as
opiniões do autor acerca do referido tema em relação à publicidade infantil
propriamente dita, à regulamentação das mesma, às famílias, ao papel do
governo, da escola e dos pais etc.
Para exemplificarmos de uma maneira
mais objetiva, e até divertida, usaremos uma tirinha da Mafalda, personagem do
cartunista argentino Quino:

No primeiro quadrinho da tirinha,
Mafalda refere-se ao Cavaleiro Solitário (personagem do gibi que Filipe está
lendo) por meio da expressão “esse cara” que, por sua vez, é usada quando não
conhecemos um referido homem ou rapaz ou quando o conhecemos, mas temos uma
impressão ruim do mesmo. Vale lembrar que, obviamente, também depende da forma
como pronunciamos tal expressão, da nossa entonação, do nosso interlocutor e do
contexto no qual estamos inseridos.
Já no segundo quadrinho, Filipe
responde a Mafalda que o Cavaleiro é solitário (adjetivo) porque o super-herói
luta sozinho (adjetivo) contra os maus (adjetivo). No terceiro quadrinho, como
sempre contestadora e questionadora, Mafalda inverte o sentido que usualmente
damos à palavra “solitário”: ao invés de despertar pena ou dó do personagem por
ele ser solitário ou, ainda, ao invés de Mafalda o elogiar porque “ele luta
sozinho contra os maus”, a menina o caracteriza como tonto (adjetivo) porque
ele não sabe que é mais positivo (adjetivo) trabalhar em grupo, chamando-o de
“ignorante” (adjetivo) no fim da tirinha. O que para a maioria das pessoas é um
ato de bravura, para Mafalda é uma ignorância e uma bobagem.
Neste caso, os adjetivos contribuem
para com o efeito de humor da tirinha, já que a compreensão de Mafalda e a
expressão facial de Filipe geram risos, já que o menino fica atônito com as
conclusões da amiga. Já no caso de uma dissertação-argumentativa, os adjetivos
expressam, assim como Mafalda fez, a nossa apreciação de valor sobre
determinado assunto e, portanto, devem ser usados com precisão vocabular.
Até a próxima semana!
Posted: 19 May 2016 12:07 PM PDT
Em: https://www.infoenem.com.br
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