Posted: 13 Aug 2015 03:15 PM PDT
Alunos de todas as regiões do Brasil se
perguntam e questionam seus professores sobre os conteúdos de cada disciplina
escolar passados em sala de aula e cobrados pelo Enem e pelos vestibulares. Eu
mesma, durante toda a minha trajetória escolar, como sempre gostei mais e me
saía melhor nas matérias humanas, questionava meus professores de matemática,
química e física do porquê estudar aquilo se eu nunca iria usar, já que pensava
em cursar Direito, mas no fim cursei Letras.
Tirando a minha impertinência juvenil,
muito se tem discutido acerca do currículo da educação básica no Brasil e,
portanto, do que deve e/ou pode ser ensinado nas escolas brasileiras e, assim,
ser cobrado em exames para o ingresso na universidade. Este debate sempre
esteve presente entre educadores, mas tomou maiores proporções com o lançamento,
em 2014, do Plano Nacional da Educação (PNE) que foi aprovado por meio da Lei
13.005 assinada pela Presidente da República Dilma Rousseff.
Obviamente que cada professor irá
incentivar o ensino e o aprendizado de conteúdos de suas disciplinas, o que não
é diferente nesta coluna de redação, já que vários alunos que prestam cursos
nas áreas das exatas e das biológicas, por exemplo, questionam a
obrigatoriedade da prova de redação e de Língua Portuguesa.

Todos nós, independente do curso que
faremos na graduação e do emprego que teremos ou que já temos, podemos e
devemos nos expressar adequadamente por meio da nossa língua materna, tanto na
modalidade oral quanto na modalidade escrita. Infelizmente, por ser uma seleção
massacrante, os grandes vestibulares precisam avaliar todos os candidatos em
uma mesma prova (exceto alguns menores que realizam provas específicas para
candidatos a Medicina, por exemplo, com conteúdos mais próximos ao curso como
química e biologia e provas de redação com temas específicos) e aí está a
necessidade de se realizar provas de produção textual com um único tema para
todos os candidatos.
Mesmo em vestibulares especiais há
propostas de redação, isto é, os candidatos devem ser avaliados, classificados
e selecionados por meio de uma prova de leitura e escrita: leitura do tema e da
proposta de redação como um todo e escrita de um determinado tipo textual ou gênero, no
caso do vestibular da Unicamp, por exemplo, que exige a produção de dois
gêneros.
A língua e a linguagem são de todos
para todos e fazem parte do dia a dia de todos os cidadãos, independentemente
se trata-se de um químico ou de um historiador: todos, em algum momento do dia,
precisam escrever algo, desde uma mensagem eletrônica até um relatório.
Dados de alguns grandes vestibulares,
como a Fuvest e o da Unicamp, mostram que os candidatos com maiores notas em
redação são aqueles que disputam vagas nos cursos mais concorridos, como
Medicina e Engenharias, ou seja, são aqueles que são das exatas e das
biológicas, mas que sabem que devem se preparar o melhor possível. Assim,
devemos dar valor à nossa língua e à linguagem e perceber os benefícios de
saber ler e escrever bem, de modo adequado a cada situação comunicativa.
*CAMILA DALLA POZZA
PEREIRA é graduada e mestranda em Letras/Português pela Universidade Estadual
de Campinas (UNICAMP). Atualmente trabalha na área da Educação exercendo
funções relacionadas ao ensino de Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Foi
corretora de redação em importantes universidades públicas. Além disso, também
participou de avaliações e produções de vários materiais didáticos, inclusive
prestando serviço ao Ministério da Educação (MEC).
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