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Em nossa coluna sobre a redação no
Enem, abordamos questões complexas como organização, planejamento, cumprimento
do tema, domínio da dissertação-argumentativa, coesão, coerência, norma culta
da Língua Portuguesa, fluidez e por aí vai. Assim, algumas vezes, nos
esquecemos de prestarmos atenção em detalhes estéticos que podem parecer
banais, mas que no fundo também contribuem muito para com um bom desempenho em
uma prova de produção textual.
Tudo isso pode parecer bobagem ou ter menos importância, mas na realidade conta muito e diz bastante sobre o autor de uma redação. A letra legível, de fôrma, técnica ou cursiva, é fundamental para que o leitor compreenda o que está escrito e em uma situação de avaliação oficial, como no Enem e nos demais vestibulares, é essencial para que a correção seja feita integralmente, pois o corretor não tem todo o tempo de mundo para tentar adivinhar o que está escrito se a letra não é legível; ele simplesmente vai pular aquela palavra indecifrável e seguir em frente.

Já as questões da sujeira e das rasuras
dizem respeito ao cuidado e à atenção empregadas pelo candidato no momento da
escrita da redação. Muitas pessoas, pelo nervosismo, ansiedade e pressa, acabam
escrevendo errado por pura falta de atenção, o que acarreta em perda de pontos
na competência número um que avalia o domínio da norma culta da língua em sua
variedade escrita formal. Além disso, eventuais sujeiras e rasuras podem
atrapalhar a leitura do corretor, assim como a letra ilegível, e não é possível
fazer mais nada se ambos os corretores tiveram dificuldades para ler o texto.
Em relação à obediência às margens da
folha definitiva, é curioso como muitos candidatos não aproveitam todo o espaço
disponibilizado ao não escrever até o fim da margem direita, o que pode
acarretar em outro grave problema: extrapolar o limite de 30 linhas.
Corretores de vestibulares são orientados pela banca elaboradora a não
considerarem o que está escrito além do limite estipulado e textos que
ultrapassam as 30 linhas, escrevendo nas margens, no verso da folha ou embaixo
serão muito prejudicados. Sabemos que, dependendo do tema, a vontade é a de
escrever sobre muitas coisas e mostrar conhecimento, mas aqui planejamento
e organização são fundamentais.
Outro detalhe que muitos se esquecem: o
texto deve ser escrito à tinta, ou seja, à caneta. Textos escritos
à lápis não são corrigidos em vários vestibulares e em concursos públicos.
Esperamos que, com esse texto, essas
questões estéticas sejam relembradas por nossos leitores e postas em prática.
*CAMILA DALLA POZZA
PEREIRA é graduada e mestranda em Letras/Português pela Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente trabalha na área da Educação
exercendo funções relacionadas ao ensino de Língua Portuguesa, Literatura e
Redação. Foi corretora de redação em importantes universidades públicas. Além
disso, também participou de avaliações e produções de vários materiais
didáticos, inclusive prestando serviço ao Ministério da Educação (MEC).
Postado em:
https://www.infoenem.com.br
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