Todos concordamos com o fato
de que devemos obedecer às regras da chamada norma
culta nas situações
formais de comunicação, não é? Mas… e quando a própria concordância parece não
concordar? O que fazer?
Nesse caso, é aconselhável
dar uma olhadinha no capítulo da Gramática dedicado aos Casos Especiais de
Concordância.
A Concordância pode ser feita
entre um núcleo
substantivo e palavras que caracterizam esse
núcleo, como artigo, adjetivo, pronome e numeral. É a chamada Concordância Nominal.
Ou pode ser estabelecida entre o verbo
e seu sujeito e então
teremos a Concordância
Verbal.
Temos apenas a placa da
direita de acordo com a norma culta. O substantivo entrada é feminino portanto o adjetivo também
precisa estar no mesmo gênero –proibida. Não há verbos nas
placas, são expressões nominais, regidas pelas regras de Concordância Nominal.
A ideia de proibição apareceu em primeiro lugar apenas para ter um destaque,
mas o texto poderia estar na ordem direta: “Entrada proibida”.
Vejamos agora a próxima
placa:
O redator do texto dessa
placa conseguiu a façanha de acertar e errar, tudo junto e misturado…
Diferentemente das placas
anteriores, agora o caso é de concordância verbal. E é um caso especial!
As expressões é bom, é preciso, é
necessário, é proibido são
geralmente empregadas em construções iniciadas por elas (para destacar essas
características) e seguidas pelo sujeito. E é esse sujeito que definirá como
deverá ser feita a concordância! Como assim? Assim:
§ Se o
sujeito for considerado em sua generalidade, sem qualquer determinante, o verbo ser – ou outro verbo de ligação – ficará
no singular, e o predicativo do sujeito ficará no masculino singular:
§ Água é bom para hidratar o corpo. (água –
sujeito, qualquer água, água de modo geral; bom – predicativo do sujeito)
§ Maçã é bom para a saúde. (maçã – sujeito,
qualquer maçã; bom – predicativo do sujeito)
§ Se o
sujeito estiver determinado por artigo ou pronome demonstrativo a concordância
segue a regra geral:
§ Esta água é tratada.
(água – sujeito, esta água específica; tratada – predicativo do sujeito)
A maçã é boa para a saúde. (maçã – sujeito, determinado pelo artigo definido ‘a’; boa – predicativo do sujeito)
A maçã é boa para a saúde. (maçã – sujeito, determinado pelo artigo definido ‘a’; boa – predicativo do sujeito)
Considerando essa regra
especial, o redator do cartaz errou no início do texto da placa, onde se lê: “É
proibido a venda…”, mas acertou nas últimas linhas da placa, onde
escreveu: “É proibida a venda…”.
É
isso! Até a próxima!
Margarida Moraes é formada em Letras pela
Universidade de São Paulo (USP). Mais de 20 anos de experiência, corretora do
nosso sistema de correção de redação e responsável pela resolução das apostila
de Linguagens e Códigos do infoEnem, a professora é colunista de gramática do
nosso portal . Seus textos são publicados todos os domingos. Não perca!
Posted: 07
Feb 2016 08:51 AM PST
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