As figuras de
linguagem são recursos linguísticos utilizados para aumentar a expressividade
da mensagem transmitida em um texto. Existem muitas figuras de linguagem, sendo
que algumas são mais cobradas nos vestibulares e no ENEM, principalmente na
prova de linguagens, códigos e suas tecnologias.
Há algumas figuras de
linguagem bem próximas quanto a seu significado ou uso, o que costuma causar
bastante confusão entre os alunos, surgindo erros de interpretação. Levando
isso em conta, vamos apresentar as principais figuras que têm semelhanças e
costumam causar dúvidas, através da aproximação delas e discutindo suas
principais diferenças. Para iniciar, vamos hoje entender a diferença entre
antítese e paradoxo.
“Eu vi a cara da
morte, e ela estava viva”. Cazuza
“Onde queres bandido
sou herói.” Caetano Veloso
“Já estou cheio de me
sentir vazio, meu corpo é quente e estou sentindo frio.” Renato Russo
“Do riso se fez o
pranto” Vinícius de Moraes
Observe que em todas
essas frases (ou versos) estão presentes duplas de palavras opostas. O mais
importante aqui é observar que, apesar de opostas, a situação descrita
é possível.
Em “Onde queres
bandido sou herói.”, o personagem não é bandido e herói ao mesmo tempo.
Espera-se, por uma segunda pessoa, que ele seja bandido. Entretanto, há uma
quebra de expectativa quando, na verdade, ele é herói.
E assim por diante.
Em “meu corpo é quente e estou sentindo frio.”, isso é possível em caso de
febre. “Do riso se fez o pranto” mostra que não se sorrio e chorou ao mesmo
tempo, mas que a partir do riso, iniciou-se um pranto. Entender isso é
essencial para perceber a diferença entre antítese e paradoxo.
Paradoxo ocorre
quando a aproximação de palavras opostas causa uma incoerência, uma
contradição. Ou seja, quando não é possível ter as duas oposições
naquele determinado contexto. Observe:
“Mas que seja
infinito enquanto dure” Vinícius de Moraes
“O mito é
o nada que é tudo.” Fernando Pessoa
“Estou cego e vejo”
Carlos Drummond de Andrade
“É ferida que dói e
não se sente” Camões
Note que doer é
uma sensação do tato. Logo, é impossível sentir a dor e não sentir nada ao
mesmo tempo. Assim como enquanto dure traz a ideia de finitude e é impossível
ver sendo cego, etc. Portanto, tanto em antítese quanto em paradoxo há a aproximação
de duas palavras de sentidos contrários. Porém, apenas no paradoxo há
contradição envolvida.
Dessa forma, sempre
que quiser diferenciar essas duas figuras de linguagem, basta observar, dentro
do contexto que as palavras opostas estão inseridas, se há contradição
envolvida.
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