Posted: 24 May 2015 07:00 AM PDT
Assim como visto anteriormente em dois
artigos (comparação entre antítese e paradoxo [Matéria na íntegra] e entre eufemismo, hipérbole e
gradação [link para o artigo]), algumas figuras de linguagem são mais
bem compreendidas quando trabalhadas conjuntamente com aquelas de utilização e
sentido próximos, pois assim é possível estabelecer os elementos que as
distinguem. Hoje iremos tratar sobre antonomásia e perífrase.
Antonomásia
Trata-se da substituição de um nome
próprio (de uma pessoa, povo, cidade ou país, ser real ou ficcional) por um
nome comum e vice-versa, de modo que ambos os nomes utilizados tenham uma
relação lógica e inconfundível entre si. Na linguagem coloquial, geralmente o
uso de apelidos representa o emprego da antonomásia. Vejamos um exemplo:
No caso acima, há a substituição do
nome próprio São Paulo por Sampa, termo coloquial que se refere à
cidade.
Após diversas vitórias, o Timão volta a
atender às expectativas de seus torcedores.
Neste caso, o termo Timão está
substituindo o nome próprio de um time de futebol, o Corinthians. Por
fim, vejamos este último caso:
Após ouvir seu advogado, o judas
entregou seus comparsas.
Neste exemplo, o termo judas é
empregado como um nome comum (e por isso é grafado com letra inicial
minúscula), substituindo o termo traidor. Aqui, a relação de
substituição entre as palavras se dá por uma característica conhecida do
personagem histórico Judas: o ato de traição para com Jesus.
Perífrase
Trata-se da figura de linguagem que
substitui um termo único por uma sequência de palavras, por uma locução que o
define e parafraseia. Coloquialmente, podemos dizer que se trata de uma
“enrolação” para dizer algo que poderia ser expresso de modo mais conciso.
Vejamos dois exemplos:
A exploração das camadas pré-sal
promete revelar grandes bolsões de ouro negro.
Acima, a sequência de palavras ouro
negro visa substituir o termo único petróleo.
Comerciantes do centro de São Paulo
alertam sobre os prejuízos causados pelos amigos do alheio.
Neste caso, a expressão amigos do
alheio, muito utilizada no início do período da República, visa substituir
o termo ladrões.
Como o leitor deve ter notado, algumas
construções tornam possível a ocorrência simultânea de antonomásia e perífrase.
Veja o exemplo abaixo:
A Terra da Garoa foi eternizada nas
canções de Adoniran Barbosa.
Temos que Terra da Garoa, ao
mesmo tempo em que substitui o nome próprio São Paulo, faz isto a partir
de uma perífrase, pois aqui utilizamos uma sequência de palavras para fazermos
alusão à cidade. O mesmo ocorre na oração “A Cidade Maravilhosa continua
linda”, porém desta vez substituímos Rio de Janeiro, um nome próprio,
pela sequência de palavras Cidade Maravilhosa.
Postado em: https://www.infoenem.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário