A dissertação-argumentativa é um tipo
textual da ordem do argumentar, isto é, ao mesmo tempo em que dissertamos sobre
um tema temos de convencer o nosso leitor, por meio de argumentos e estratégias
argumentativas, de que a nossa tese é a mais adequada ou correta. Portanto,
redações no Enem que apenas dissertam fogem do tipo textual requerido pelo
exame e, deste modo, zeram na segunda competência “compreender a proposta de
redação e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para desenvolver o
tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em
prosa”.
O candidato deve, primeiramente, criar
uma tese, ou seja, um ponto de vista acerca do tema abordado pela proposta de
redação do Enem e fundamentá-la em argumentos e em estratégias argumentativas a
fim de convencer o leitor de que a sua opinião está correta. Lembrem-se que,
como escrevemos no última texto desta coluna, não basta opinar, tem de
argumentar (Clique aqui para
ler o artigo).
Normalmente, a tradicional
dissertação-argumentativa já traz na sua introdução a tese do autor, ou seja, o
seu ponto de vista que será defendido ao longo de todo o texto. Para embasar
essa tese, o autor pode lançar mão de um ou dois argumentos principais e
estratégias argumentativas que os fundamentem:
§ Argumento Concreto: esse tipo de
argumento é uma prova cabal do que está sendo dito pelo autor e trata-se de
dados estatísticos oriundos de pesquisas confiáveis, fatos reais que comprovam
a tese do autor, textos legislativos (leis de todas as instâncias) etc.
§ Argumentos Lógicos: já esse tipo de
argumento é oriundo de um raciocínio lógico que estabelece relações de sentido
lógicas, como por exemplo, comparações, causa e efeito, deduções, hipóteses,
inferências etc.
§ Argumento Autoritário: esse tipo de
argumento traz uma citação de uma autoridade, de um especialista sobre o tema
abordado pela proposta de redação que pode ser um pesquisador, um professor, um
profissional formado na área ou imerso no tema etc.
Alguns autores de livros didáticos e
apostilas colocam como tipo de argumento o de consenso, isto é, uma verdade
universal, mas gostaríamos de chamar a atenção para esse conceito, pois ele
pode nos fazer cair no senso comum.
Esperamos que, com esse exemplos, fique
mais fácil a organização e o planejamento das redações dos candidatos ao Enem,
pois eles mostram quais estratégias podem ser traçadas, dependendo do tema
abordado.
*CAMILA DALLA POZZA
PEREIRA é graduada e mestranda em Letras/Português pela Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente trabalha na área da Educação
exercendo funções relacionadas ao ensino de Língua Portuguesa, Literatura e
Redação. Foi corretora de redação em importantes universidades públicas. Além
disso, também participou de avaliações e produções de vários materiais
didáticos, inclusive prestando serviço ao Ministério da Educação (MEC).
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