Corrupção é um assunto bastante em alta
nesse começo de 2015 e o infoEnem está acompanhando trazendo algumas indicações
de leitura sobre isso. Você pode ler as recomendações no especial Protestos
Políticos e no mais recente artigo com
dicas de leitura.
Mas a corrupção não é apenas recorrente
na política e em grandes empresas. O que acontece a níveis organizacionais se
mostra como um reflexo de “pequenas” ações corruptas praticadas cotidianamente
pelos cidadãos.
Tanto é comum, que essas ações já
receberam, culturalmente, um apelido: jeitinho brasileiro. Esse
termo também é conhecido como Lei de Gérson: querer obter vantagem
em toda e qualquer situação sem se preocupar com questões éticas e/ou morais. É
o que o filósofo Kant chamaria de agir segundo os afetos e não segundo a razão
pura.
Esse estereótipo de malandro já foi usado em diversas obras brasileiras. O primeiro retrato foi o caso da personagem Leonardo do livro Memórias de um Sargento de Milícias de Manuel Antônio de Almeida. A história é narrada no Rio de Janeiro no século XIX, o que nos mostra que esse costume não é algo recente.
Agora que você já leu e refletiu sobre
o assunto, aproveite para realizar uma dissertação-argumentativa seguindo as
instruções da proposta abaixo. O tema da redação é: Jeitinho
brasileiro: conscientização sobre pequenas corrupções.
Proposta de Redação
Com base na leitura dos seguintes
textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija um texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua
Portuguesa sobre o tema: “Jeitinho Brasileiro: Conscientização Sobre
Pequenas Corrupções“. Apresente uma proposta de intervenção e/ou
conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender o seu
ponto de vista.
TEXTO 1
TEXTO 2
Quase um em cada quatro brasileiros
(23%) afirma que dar dinheiro a um guarda para evitar uma multa não chega a ser
um ato corrupto, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Federal
de Minas Gerais e o Instituto Vox Populi. Os números refletem o quanto atitudes
ilícitas, como essa, de tão enraizados em parte da sociedade brasileira, acabam
sendo encarados como parte do cotidiano.
“Muitas pessoas não enxergam o desvio
privado como corrupção, só levam em conta a corrupção no ambiente público”, diz
o promotor de Justiça Jairo Cruz Moreira. Ele é coordenador nacional da
campanha do Ministério Público “O que você tem a ver com a corrupção”, que
pretende mostrar como atitudes que muitos consideram normal são, na verdade, um
desvirtuamento ético (…).
Aceitar essas pequenas corrupções
legitima aceitar grandes corrupções”, afirma o promotor. “Seguindo esse
raciocínio, seria algo como um menino que hoje não vê problema em colar na
prova ser mais propenso a, mais pra frente, subornar um guarda sem achar que
isso é corrupção.”
Segundo a pesquisa da UFMG, 35% dos
entrevistados dizem que algumas coisas podem ser um pouco erradas, mas não
corruptas, como sonegar impostos quando a taxa é cara demais.
Otimismo: Mas a sondagem
também mostra dados positivos, como o fato de 84% dos ouvidos afirmar que, em
qualquer situação, existe sempre a chance de a pessoa ser honesta.
A psicóloga Lizete Verillo, diretora da
ONG Amarribo (representante no Brasil da Transparência Internacional), afirma
que em 12 anos trabalhando com ações anti-corrupção ela nunca esteve tão
otimista – e justamente por causa dos jovens. “Quando começamos, havia um
distanciamento do jovem em relação à política”, diz Lizete. “Aliás, havia pouco
engajamento em relação a tudo, queriam saber mais é de festas. A corrupção não
dizia respeito a eles.” “Há dois anos, venho percebendo uma
grande mudança entre os jovens. Estão mais envolvidos, cobrando mais, em diversas áreas, não só da política.”
grande mudança entre os jovens. Estão mais envolvidos, cobrando mais, em diversas áreas, não só da política.”
Para Lizete, esse cenário animador foi
criado por diversos fatores, especialmente pela explosão das redes sociais, que
são extremamente populares entre os jovens e uma ótima maneira de promover a
fiscalização e a mobilização.
Mas se a internet está ajudando os
jovens, na opinião da psicóloga, as escolas estão deixando a desejar na hora de
incentivar o engajamento e conscientizá-los sobre a corrupção. “Em geral, a
escola é muito omissa. Estão apenas começando nesse assunto, com iniciativas
isoladas. O que é uma pena, porque agora, com o mensalão, temos um enorme passo
para a conscientização, mas que pouco avança se a educação não seguir junto”,
diz a diretora. “É preciso ensinar esses jovens a ter ética, transparência e
também a exercer cidadania.”
Adaptado de http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/11/121024_corrupcao_lista_mdb.shtml
em
19/02/2014.
19/02/2014.
TEXTO 3
A campanha (O que você tem a ver com a
corrupção?) se justifica pela necessidade de se educar a
sociedade por meio do estímulo à ética, à moralidade e à honestidade, construindo um processo cultural de formação de consciência e de responsabilidade dos cidadãos a partir de três tipos de responsabilidades (…): 1) a responsabilidade para com os próprios atos, ou responsabilidade individual; 2) a responsabilidade para com os atos de terceiros, ou responsabilidade social ou coletiva e; 3) a responsabilidade para com as gerações futuras a partir de um agir consciente. Dessa forma, pretende-se contribuir com a prevenção da ocorrência de novos atos de corrupção e com a consequente diminuição dos processos judiciais e extrajudiciais, por meio da educação das gerações futuras, estimulando, ainda, o encaminhamento de denúncias populares e a efetiva punição de corruptos e corruptores. Além disso, é dever institucional do Ministério Público combater a corrupção, repressiva e preventivamente, estimulando, inclusive, o desempenho das atribuições e das atividades extrajudiciais.
sociedade por meio do estímulo à ética, à moralidade e à honestidade, construindo um processo cultural de formação de consciência e de responsabilidade dos cidadãos a partir de três tipos de responsabilidades (…): 1) a responsabilidade para com os próprios atos, ou responsabilidade individual; 2) a responsabilidade para com os atos de terceiros, ou responsabilidade social ou coletiva e; 3) a responsabilidade para com as gerações futuras a partir de um agir consciente. Dessa forma, pretende-se contribuir com a prevenção da ocorrência de novos atos de corrupção e com a consequente diminuição dos processos judiciais e extrajudiciais, por meio da educação das gerações futuras, estimulando, ainda, o encaminhamento de denúncias populares e a efetiva punição de corruptos e corruptores. Além disso, é dever institucional do Ministério Público combater a corrupção, repressiva e preventivamente, estimulando, inclusive, o desempenho das atribuições e das atividades extrajudiciais.
Objetivos: Reduzir a
impunidade nacional, ou seja, cobrar a efetiva punição dos corruptos e dos
corruptores, abrindo um canal real para oferecimento e encaminhamento de
denúncias; educar e estimular as gerações novas através da construção, em longo
prazo, de um Brasil mais justo e mais sério, destacando o papel fundamental de
nossas próprias condutas diárias; aproveitar momentos do cotidiano
infanto-juvenil (família, escola e comunidade) para propiciar a vivência de
atividades que os levem a conhecer esses princípios, estimulando-os a praticá-los
no seu ambiente de convívio social; divulgar a idéia em locais e acontecimentos
informais (sociais, esportivos, campanhas e eventos), possibilitando o alcance
da campanha a um público maior.
Extraído de
http://www.oquevocetemavercomacorrupcao.com/ em 19/02/2014.
Postado em: https://www.infoenem.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário