No último texto, demos início a série
de textos sobre temas relevantes e possíveis para a proposta de redação do ENEM
2016 e, no texto de hoje, abordaremos o incentivo à prática da atividade
física no Brasil.
A grande maioria das pessoas que têm
acesso aos meios de comunicação e informação são conscientes da importância da
atividade física para a saúde e para lazer; programas de televisão abordam o
assunto, pesquisas acadêmicas nas áreas médica e da educação física exploram a
questão, a publicidade e a propaganda, juntamente com a mídia, incentivam e até
ditam regras e perfis de corpos perfeitos, sarados, malhados e magros.
Ou seja, além da área física, a prática
de atividade física está imersa em um contexto social, midiático, cultural e
social, pois deixou de ser abordada apenas pelo campo da medicina. Por este
motivo é que o incentivo à prática de atividades físicas é um tema possível de
ser abordado na prova de redação do ENEM 2016 sob vários pontos de vista, como
por exemplo, o que concerne a saúde dos cidadãos, especialmente a questão do
sobrepeso e da terceira idade (que têm avançado no Brasil); o prisma relativo
aos espaços públicos e privados destinados à prática das atividades, como
praças e centros esportivos públicos e sob o ponto de vista social em relação à
ditadura da beleza e da magreza.
Além disso, por estarmos em um ano em
que os Jogos Olímpicos acontecerão no nosso país, existe a possibilidade
de um tema ligado ao esporte ser o tema da prova de redação do ENEM 2016.
Já em relação às propostas de
intervenção social, tanto no que concerne a saúde pública quanto o que concerne
os espaços públicos, políticas públicas são aguardadas por parte dos governo
federal, estaduais e municipais relativas ao incentivo ao esporte como medida
preventiva de doenças. Pessoas que não podem pagar academias podem se exercitar
onde? Há praças, parques e centros esportivos públicos suficientes, com
infraestrutura e professores de Educação Física disponíveis para as aulas? Como
podemos aumentar o papel e a abrangência de Organizações Não Governamentais
(ONGs) que realizam e promovem projetos de práticas esportivas para comunidades
carentes?
Para termos uma ideia de tal situação
no Brasil, podemos analisar uma pesquisa publicada pelo Ministério do Esporte
no ano de 2015 com dados de 2013, intitulada “A prática de esporte no Brasil”; mais de oito mil
entrevistas foram realizadas.
Começaremos pelos números de pessoas
sedentárias, praticantes de atividades físicas e de esportes no nosso país;
vejam o gráfico:
Podemos atestar que a grande maioria
dos cidadãos brasileiros entrevistados são sedentários, isto é, não praticam
nenhuma atividade física no seu dia a dia, o que é ruim para a saúde e para a
vida social, já que podemos fazer amigos praticando um esporte ou uma atividade
física. Segundo a pesquisa, as mulheres são mais sedentárias do que os homens:
Por que será que as mulheres são mais
sedentárias do que os homens? Questões como maternidade, acúmulo de funções
(dentro e fora de casa), o não auxílio dos companheiros nas tarefas domésticas,
dentre outras, colaboram para esta situação?
De acordo com os dados, o sedentarismo
aumenta de acordo com a idade das pessoas; vejam:
Com o passar dos anos, acabamos
acumulando funções como estudo, trabalho, família, amigos etc e sobra pouco
tempo para a prática de atividades físicas. Além disso, os mais idosos, os mais
sedentários, têm dificuldades para sair de casa e se exercitarem; o dinheiro da
aposentaria no Brasil mal dá para remédios, alimentação e moradia e mal sobra
para gastar com uma academia, por exemplo.
A pesquisa buscou saber se as pessoas
que não se exercitam têm consciência dos riscos de uma vida sedentária; vamos
ver:
A maioria afirma que sim, mas admitem
que não se esforçam para a prática; já 27,2% afirma que a falta de tempo impede
a prática da atividade física. Uma parcela considerável, 16,9% afirma que não
tem consciência dos perigos do sedentarismo e por isso mesmo é sedentária.
A pesquisa também buscou saber os
motivos pelos quais as pessoas deixam de se exercitar e/ou de praticar um
esporte:
A grande maioria culpa a falta de tempo
e demais prioridades, como estudo, trabalho e família, seguidas das que afirmam
que problemas relativos à saúde ou à idade impedem tal prática. Já 7% admite
ter preguiça, 3,2% reclama da falta de espaços e 1,4% alega motivos econômicos.
A pesquisa é mais ampla e vale a pena a
visita ao site.
Até a próxima!
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Posted: 07 Jul 2016 11:26 AM PDT
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