Posted: 18 Oct
2015 09:05 AM PDT
Entendemos por Ortografia
a parte da Gramática que determina a escrita correta (oficial) das palavras
de um idioma. No caso do nosso, o Português, há duas diretrizes que definem
como as palavras devem ser registradas: a língua portuguesa respeita a
relação fonema/grafema, ou seja, para um som da língua há uma letra que o
representa na escrita, mas também tem bases na etimologia, isto é, mantém
algumas letras de acordo com a origem da palavra.
Algumas reformas
ortográficas pelas quais o Brasil já passou tiveram o objetivo de facilitar
a ortografia, como a que extinguiu o “ph” e o “th” de palavras de origem
grega, como pharmácia e theologia, por exemplo. Por outro
lado, é pelo fato de ser proveniente do italiano que ‘mozzarella’
virou muçarela nestas terras tupiniquins (palavras derivadas de
termos indígenas ou estrangeiros terão o som sibilante registrado com Ç).
Mas história à
parte (história com H pois é originária do grego!), a intenção hoje é
reforçar a grafia de algumas palavras que vêm sendo muito maltratadas,
principalmente nas redes sociais, o que
acaba refletindo nos textos escritos pelos alunos.
Uma dica é observar
a palavra primitiva: a letra que estiver presente no radical, aparecerá
nos derivados, como a letra H nas formas do verbo HAVER:
- HOUVE
(pretérito perfeito do indicativo) indica existência, ocorrência ou funciona
como verbo auxiliar; OUVE é o presente do indicativo do verbo OUVIR:
Houve vários
incidentes na manifestação. Meu avô está perdendo a audição… ele já não ouve
muito bem.
- HAJA,
presente do subjuntivo do HAVER é diferente de AJA, presente do
subjuntivo do verbo AGIR:
Espero que haja
vaga no estacionamento. Espero que ele aja com coragem.
Por isso, se um
dia você resolver fazer uma tatuagem, a frase é “Haja o que houver”!!! Se o
tatuador errar, você corre o risco de virar ‘meme’ na internet!
Ainda na classe
dos verbos, temos o problema das letras S e Z, que tem o mesmo som quando
estão entre vogais. Podemos lançar mão do mesmo conselho, para não errar a
conjugação do querer, pôr, fazer e dizer: os dois últimos têm
a letra Z no radical, então as formas verbais manterão essa letra:
- ele
faZ, nós faZemos, nós fiZemos, quando eu fiZer, ele diZ, nós diZemos
Já o querer e o
pôr não têm o ‘Z’ no radical, por isso terão as formas escritas com S:
- eu
quiS, nós quiSemos, quando eu quiSer, quando eles quiserem.
Outro ‘nó’ é a
dupla viagem/viajem!
Siga o mesmo
raciocínio: o verbo é viajar, certo? Com J, certo? Portanto todas as
formas verbais serão com J:
- Eu
viaJo, tomara que eu viaJe logo, espero que eles viaJem em segurança.
- A
viaGem foi tranquila.
E que seja tranquilo
também o seu ENEM! Boa semana e boa prova!
Margarida Moraes é formada em
Letras pela Universidade de São Paulo (USP), onde também concluiu seu
mestrado. Mais de 20 anos de experiência, corretora do nosso sistema de
correção de redação e responsável pela resolução das apostila de Linguagens
e Códigos do infoenem, a professora é colunista de gramática do nosso
portal . Seus textos são publicados todos os domingos. Não perca!
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