04/04/2019 Por InfoEnem
Já conversamos
anteriormente sobre como estabelecer uma organização para o estudo de gramática e,
com isso, garantir uma nota legal na primeira competência da redação do Enem,
que avalia justamente a modalidade formal da língua portuguesa. Nesta semana, a
vez é da segunda competência, que trata do tipo de texto, de sua
completude, do tema e dos conhecimentos externos inseridos na produção.
Antes de mais nada,
relembremos a descrição da competência, que está inclusive na Cartilha do Participante de Redação, disponibilizada
pelo próprio órgão organizador da prova, o INEP – Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas:
"Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.
“Aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para
desenvolver o tema” já é a parte que faz medo em muita gente, por se
tratar do item que ressalta a necessidade de trazermos conhecimentos pessoais
acumulados externos, indo além dos textos motivadores (porque, convenhamos, aí
fica fácil, né?). Mas atenção: não é só decorarmos uma listinha de citações de
autores importantes e colocá-las genericamente em todo e qualquer tema de
redação que conseguiremos a nota máxima nesse quesito. Como o trecho “para desenvolver o tema” implica, os itens devem ser
relevantes e relacionados ao tema, fazendo com que nossa argumentação fique
ainda mais embasada, não se sustentando apenas em afirmações de senso comum.
Sendo assim, citações genéricas sem relação mais estreita com o tema (ou alguma
de suas partes) acabarão saindo dessa intenção e podem acabar inclusive
prejudicando algumas outras competências, como a que trata de coesão e
coerência. O ideal aqui é tentar buscar em conhecimentos construídos ao longo
dos anos escolares e até mesmo na cultura pop ou mídia informativa itens que
possam reforçar, exemplificar, contextualizar ou fornecer índices relacionados
às nossas afirmações sobre a proposta.
Para encerrar, o
trecho “dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo
em prosa” nos informa o tipo de texto que deve ser produzido. O
texto dissertativo-argumentativo é
aquele que tem um tom mais científico, que tenta comprovar através de fatos e
afirmações embasadas que a opinião do autor (mesmo que ele não se coloque como
tal na produção e tenha uma voz “neutra”) é a mais sensata, buscando convencer
o leitor. Por isso o formato de texto exigido estar tão intimamente ligado à
questão do conhecimento externo como forma de comprovar nossos argumentos. Além
disso, é interessante prestarmos atenção no pedaço que menciona os limites
estruturais do gênero. Introdução, desenvolvimento e conclusão são
fundamentais. Pode parecer óbvio, mas bastante gente pode perder muitos pontos
por não encerrar a produção (não dá tempo de passar a limpo, por exemplo –
PELOAMORDEDEUS planejem-se para o tempo de redação, galera!), o que pode ser
facilmente percebido pelos corretores e descontado na pontuação. Outra coisa
que pode acontecer é uma falta de introdução, de certa forma. O candidato, por
exemplo, começa o texto como se estivesse conversando com a proposta e/ou
respondendo a uma pergunta feita ali. Isso pode garantir muitos pontos
descontados também, já que o texto exigido deve ser completo e independente em
argumentação, característica intrínseca do gênero dissertativo argumentativo.
Falando em gênero, é aqui na competência 2 que também cabe a fuga ao gênero, já
que é ela quem exige a dissertação. Portanto, cartas, narrativas, poemas e,
sim, os famosos hinos de times de futebol e receitas de miojos podem zerar as
redações dos engraçadinhos que gastaram esse tempo, no qual poderiam estar
trabalhando em alguma questão que dominariam, para produzir essas pérolas!
Hehehe.
O que acharam das
dicas dessa semana? Já tinham analisado a segunda competência dessa forma ou
foi a primeira vez que pensaram nela em mais detalhes? Contem pra gente nos
comentários e até semana que vem!
*Vanessa Christine
Ramos Reck é graduada em Letras na
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e fluente em mais três idiomas:
Inglês, Espanhol e Francês.
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