11/04/2019 Por InfoEnem
Semana passada já tratamos aqui do
segundo quesito considerado para a correção da redação do Enem e de como não
bobear nos itens exigidos para garantir uma nota legal (leia aqui). Dessa vez, continuando nossa série
relacionada às competências consideradas
pelos corretores oficiais, vamos à terceira delas, que se refere à construção
da argumentação mais do que a uma escrita correta (primeiro quesito) ou do que
a se estamos usando o formato de texto exigido.
A matriz de referência no Manual de Redação do Enem 2018 diz o seguinte
em relação à competência três:
"Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Defesa de um ponto de vista
Apesar de ser o último trecho, é uma
boa ideia pensar nisso primeiro: qual o seu ponto de vista sobre o assunto?
Que ideia central defenderá? Quais foram as
informações que o levaram a pensar dessa forma? Ir anotando tudo isso pode
economizar um bom tempo na hora de construir tudo!
Selecionar
Esse é relativamente óbvio, mas não custa nada reforçar: escolha
informações, fatos, opiniões e argumentos que defendam sua ideia central inicial.
Ao escolher algum desses itens, caso eles não acrescentem em nada em sua defesa
de ponto de vista (citações muito genéricas de filósofos, como sempre bato
nessa tecla, fazem parte disso) ou se contradigam entre si, a nota pode ir lá
para baixo, então esse passo também deve ser feito com cuidado.
Relacionar
Como dito na fase de seleção, os itens que escolher devem fazer sentido
na defesa de seu ponto de vista. A relação de sentido entre eles também é
importante. Um exemplo relativamente raso é: caso mencione em uma redação sobre
os surdos algo sobre os deficientes visuais, mas não use isso para comprovar
uma falta de políticas de acessibilidade de forma geral, não fará muito sentido
ligar uma coisa à outra, já que a temática de 2017 era centralizada no público
surdo. Por isso, é necessário muito cuidado com a ligação feita entre
argumentos e também atenção para que não haja saltos entre eles, como quando
afirmamos que algo é maléfico para a sociedade mas não damos nenhuma informação
que comprove nossa afirmação. Se ao reler sua produção reparar que ela parece
uma espécie de lista, o passo “relacionar” também não foi cumprido muito bem,
já que a ligação entre os argumentos é precária quando há essa característica.
Organizar
Aqui a premissa é a ordem dos argumentos mesmo. Como você pretende
começar? Ao iniciar com uma contextualização histórica, por exemplo, quais as
informações e validações que trará para mostrar como o tópico se
desenvolveu/desenvolve hoje? E qual será o encerramento (dica: na prova do Enem
há a possibilidade sempre de encerrar com a proposta de intervenção, o que já
nos poupa um pouco do trabalho de pensar num formato de conclusão)? Refletir
sobre essas questões pode ajudar muito na construção prévia da sua produção.
Interpretar
Essa ação na verdade serve para todo o processo de desenvolvimento da
redação. Você interpretou as informações à sua volta (mídia, escola, opiniões
das pessoas com as quais convive etc.) para formar seu próprio ponto de vista
sobre o tópico. Agora esse ponto de vista está sendo exigido, mas de uma forma
mais esquematizada. Então, você interpreta todas as informações que coletou
sobre o tema e seleciona, organiza e relaciona-as para formar seu texto. Viu
como esse passo perpassa por todo o processo? É um pouco mais automática que as
menções anteriores, mas isso não quer dizer que requeira menos atenção, ok?
O que acham da terceira competência na correção da redação do Enem? É a
mais complicada para vocês? Contem para gente nos comentários e até semana que
vem!
*Vanessa Christine Ramos Reck é graduada em
Letras na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e fluente em mais três
idiomas: Inglês, Espanhol e Francês.
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