Posted: 24 Sep 2015 07:39 AM PDT
Na década de 1980, o mundo todo
descobriu o vírus HIV, causador da AIDS, e todos se assustaram muito com
o número de mortos pela doença que, naquela época, era praticamente uma
sentença de morte. Pessoas famosas mundialmente e anônimas começaram a
descobrir que estavam infectadas, o vírus ganhou as páginas dos jornais e das
revistas e espaço na televisão e os sintomas e a velocidade das mortes
apavoraram todo o planeta. Com tudo isso, o preconceito e a discriminação em
torno desses indivíduos nasceram como barreiras quase intransponíveis, pois os
chamados grupos de risco foram denominados como os que mais corriam riscos de
serem contaminados pelo HIV.
Ao longo dos anos, a medicina evoluiu e
o conhecimento sobre a AIDS aumentou, assim como a sua prevenção e o seu
tratamento. Casos em que pessoas se contaminavam por meio de transfusões
sanguíneas diminuíram, o coquetel de remédios foi criado e passou a fazer parte
dos sistemas de saúde e campanhas a favor do uso de preservativos e do teste
foram realizadas em toda a mídia mundial.
Atualmente, a contaminação por meio de transfusões de sangue estão praticamente erradicadas, assim como a transmissão de mãe para filho durante o parto ou a amamentação; também não se fala mais em grupos de risco, mas sim em comportamento de risco, ou seja, relações sexuais sem o uso de preservativo masculino ou feminino e o coquetel de remédios proporciona ao soro positivo uma vida relativamente normal e longa, salvos os efeitos colaterais.
Todos esses avanços contribuíram para o
aumento do conhecimento acerca do HIV e da AIDS (inclusive uma vacina está
sendo testada), na diminuição da transmissão e no crescimento da qualidade de
vida dos portadores. No entanto, há um lado negativo, o qual é o tema do texto
de hoje: o aumento do número de jovens contaminados pelo vírus.

Devido aos avanços sobre a AIDS, muitos
jovens brasileiros subestimam o HIV e não o consideram uma sentença de morte
como ocorria no século XX. Apesar da quantidade imensa de remédios que devem
ser tomados diariamente e dos respectivos efeitos colaterais, vários jovens
pensam que basta tomar o coquetel e seguir com a vida que está tudo bem, mas
não é certo pensar deste modo, já que a AIDS ainda é uma doença sem cura.
Os números de contaminados pelo HIV
estavam diminuindo no Brasil já há algum tempo, mas dados da UNAIDS (Programa
Conjunto da ONU sobre HIV/AIDS) relevaram que os casos de AIDS cresceram 11%
entre 2005 e 2013 no nosso país e entre os jovens o número de contaminados é
maior: entre os meninos de 15 a 19 anos, o número de casos cresceu 50% na
última década.
Esses resultados nos mostram que, apesar
de todas as informações acerca da AIDS, os casos da doença tendem a aumentar
entre os jovens, ou seja, parece que o conhecimento não consegue barrar o
crescimento da doença entre as pessoas ditas mais informadas. Um estudo
realizado com mais de 35 mil meninos de 17 a 20 anos revelou que o aumento de
contaminação entre os jovens pelo vírus HIV está relacionado ao baixo grau de
escolaridade.
Dados da página do governo federal
sobre a AIDS confirmam que a faixa etária na qual há maior contágio é entre 25
e 49 anos, em ambos os sexos, mas na faixa entre 13 e 19 anos a incidência é
maior entre as meninas desde o ano de 1998. A cada dia que passa, os jovens
estão explorando cada vez mais a sua sexualidade, das mais variadas formas, mas
sem a devida proteção. Além disso, ao estarem em relacionamentos mais sérios,
como namoros duradouros, o uso do preservativo é deixado de lado baseado na
confiança no parceiro e é aí que muitos se contaminam, como ainda acontece com
mulheres adultas casadas.
Por se tratar de um tema eternamente
importante que impacta a sociedade brasileira, pensamos que o aumento dos casos
de AIDS entre os jovens brasileiros é dos possíveis temas da proposta
de redação do Enem, até porque a maioria dos candidatos está na faixa etária na
qual os casos cresceram.
A mídia comunica, o governo realiza
campanhas comunitárias de conscientização acerca da prevenção e dos testes,
além de oferecer preservativos e o coquetel no Sistema Único de Saúde (SUS), a
escola esclarece… O que mais precisa se feito para que o número de casos de
AIDS diminua entre os jovens brasileiros?
Página recomendada:
*CAMILA DALLA POZZA
PEREIRA é graduada e mestranda em Letras/Português pela Universidade Estadual
de Campinas (UNICAMP). Atualmente trabalha na área da Educação exercendo
funções relacionadas ao ensino de Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Foi
corretora de redação em importantes universidades públicas. Além disso, também
participou de avaliações e produções de vários materiais didáticos, inclusive
prestando serviço ao Ministério da Educação (MEC).
Postado em:
https://www.infoenem.com.br
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