Posted: 19 Oct 2017 11:36 AM PDT
Nesta semana o
Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep),
juntamente com a Fundação Vunesp (empresa responsável pela realização do Enem 2017) lançou o documento intitulado “Cartilha do Participante”
sobre a prova de redação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017. Assim
sendo, na coluna sobre a redação no Enem de hoje abordaremos as novidades e
os principais pontos trazidos pela Cartilha do Participante. Vamos lá?!
A primeira novidade
digna de destaque é que, além do documento poder ser “baixado” da página do Ministério da
Educação (MEC), há vários vídeos postados (26, ao
todo) no YouTube que explicam do que se trata a Cartilha do Participante em
Libras, a Língua Brasileiras de Sinais. Trata-se de uma iniciativa de
inclusão que nunca antes havia sido feita e que merece os nossos parabéns.
Introdução
Na primeira parte
da Cartilha do Participante, os autores relembram a consulta pública
realizada no início deste ano e reafirmam que o Enem 2017 será aplicado em
dois domingos e que a prova de redação será no primeiro dia do exame.
Matriz de Referência para Redação 2017
Nesta segunda
seção, os autores detalham e explicam para uma das cinco competências
avaliadas na correção da prova de redação do Enem. A seguir, os pontos
relevantes de cada subseção desta parte.
Apresentação
Na apresentação da
Cartilha do Participante propriamente dita, o documento explica que a prova
de redação do Enem exigirá que o candidato escreva um texto em prosa, do tipo
dissertativo-argumentativo, sobre um tema de ordem social, científica,
cultural ou política, como vem sendo desde a sua criação na década de 90 e, a
cada ano que passa, mais enfatizado.
Além disso, a
apresentação ressalta que os aspectos que serão avaliados na correção das
dissertações-argumentativas relacionam-se às competências desenvolvidas
durante o período escolar e que pelo menos dois professores (corretores)
diferentes avaliarão as redações de maneira independente, ou seja, sem um
saber a nota do outro.
Cada corretor dará
de 0 a 200 pontos em cada uma das cinco competências e a soma destes pontos
constituirá a nota final, que poderá chegar aos 1.000 pontos. A nota final do
participante será a média aritmética das notas totais atribuídas pelos dois
corretores.
Caso haja
discrepância, a redação será avaliada por um terceiro corretor, também às
cegas, e as notas mais próximas serão usadas no cálculo da média final. Caso
haja uma terceira discrepância, uma quarta e última banca avaliará o texto e
esta decisão será a final.
A apresentação
também cita que o candidato ao Enem 2017, na redação, deve obedecer às novas
regras do atual Acordo Ortográfico e que tal cumprimento será avaliado na
competência nº 1, a que avalia o domínio da norma culta da Língua Portuguesa.
A seguir, os
autores explicitam os motivos que levam à anulação de uma redação no Enem e,
em relação a isso, nada mudou. Os autores explicam o que são partes
deliberadamente desconectadas do tema proposto e dedicam uma boa parte do
documento para explicar o que é considerado desrespeito aos Direitos Humanos,
um ponto inclusive alvo de críticas por pessoas que não são da área de
educação.
Para as bancas
elaboradora e corretora do Enem, desrespeitar os Direitos Humanos é defender
que se faça justiça com as próprias mãos, que seja seguido o princípio do
“olho por olho, dente por dente”, sem que haja a intervenção de órgãos
competentes como os governos, autoridades, a legislação brasileira etc. O
mesmo ocorre quando há incitação de discursos de ódio imbuídos de ideias preconceituosas
de todas as formas (racismo, machismo, misoginia, xenofobia, intolerância
religiosa, política dentre outras).
Neste contexto, um
aspecto da correção ressaltado na Cartilha do Participante é que o respeito
aos Direitos Humanos é avaliado em todo o texto, não apenas no trecho em que
há a proposta de intervenção social. Caso haja desrespeito aos Direitos
Humanos, a redação será anulada.
Para exemplificar o
que seria desrespeitar os Direitos Humanos, há uma lista de ideias que
anulariam uma redação por este motivo retiradas de
dissertações-argumentativas do Enem 2016 sobre intolerância religiosa:
Perseguição e atos
de violência contra seguidores de religiões e contra ateus;
Matriz de Referência para a Redação 2017
Nesta terceira
parte há uma explicação detalhada sobre o que é avaliado em cada uma das
cinco competências que compõem a grade de correção da prova de redação do
Enem 2017.
Em relação a isso
nada mudou, mas é importante que os participantes do exame releiam o que será
exigido em cada uma das competências, até porque há dicas fundamentais ao
longo desta parte, como por exemplo, ler a proposta com atenção, não copiar
trechos dos textos motivadores, refletir com senso crítico sobre o tema e não
tangenciá-lo muito menos fugir dele. A este respeito, a Cartilha também traz
ao seu leitor exemplos de tangenciamento e fuga do tema da proposta de
redação do Enem 2016.
Amostras de Redação Nota 1.000 do Enem 2016
A Cartilha do
Participante publica alguns textos que receberam a nota máxima na primeira
edição do Enem 2016 juntamente com textos explicativos sobre as razões que
levaram tais redações a obterem nota 1.000.
Neste sentido,
ressaltamos a importância de vocês, candidatos, lerem e analisarem estes
textos como fontes de motivação e inspiração, assim como deve ser a leitura e
análise dos textos motivadores da proposta de redação do Enem 2017.
Enfatizamos que não há fórmulas nem receitas para se chegar a um texto nota
máxima.
Até a próxima
semana!
*CAMILA DALLA POZZA
PEREIRA é graduada e mestranda em
Letras/Português pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente
trabalha na área da Educação exercendo funções relacionadas ao ensino de
Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Foi corretora de redação em
importantes universidades públicas. Além disso, também participou de
avaliações e produções de vários materiais didáticos, inclusive prestando
serviço ao Ministério da Educação (MEC).
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Postado em:
https://www.infoenem.com.br/
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