A cartografia pode aparecer no Enem com duas abordagens: em questões de
escala ou de projeções e mapas. O assunto, que é bastante amplo, não está
restrito somente à prova de Ciências Humanas. A cartografia também
permeia e apoia, como ilustração, todas as outras disciplinas. Por isso, é
comum encontrar mapas para realizar exercícios com temáticas de população,
fome, extração de petróleo ou até mesmo problemas ambientais.
“A cartografia
está em todo o Enem, seja nas questões específicas ou ilustrando outros
assuntos, o que não deixa de ser uma abordagem cartográfica, já que a questão
pede sempre interpretação do mapa”, explica a professora de Geografia do
cursinho Poliedro Cristina Lúcia do Carmo.
Ao se preparar
para resolver os exercícios de cartografia, a principal dica é que o estudante
analise bem os elementos do mapa, como legenda, título, fontes e contexto. “O
mapa é uma linguagem igual a um texto, só que, em alguns casos, pode até ser de
interpretação mais difícil. Por isso, é importante que o aluno leia com
paciência tudo que está nele, especialmente a legenda, que é o que irá destrinchar
a representação”, frisa Cristina.
Escala
Os exercícios de
escala são interdisciplinares e exigem do aluno, além de conhecimentos em
Geografia, noções de Matemática. As questões podem fornecer, por exemplo, a
metragem de um terreno de um agricultor e pedir que o estudante indique a
escala mais adequada para traçar um mapa do local.
A professora do
Poliedro observa ainda que a escala no Enem tem uma abordagem clássica, sem
contextualizações com atualidades. “O exame vai pedir que o aluno calcule uma
escala ou, o que é ainda mais comum, que adeque a grandeza de uma escala. Por
isso, ele deve estar atento a qual modelo é melhor para o que requer o
enunciado”, diz.
Um mapa de rua,
por exemplo, deve ter uma escala que possibilite ver uma grande riqueza de
detalhes. Já o de uma propriedade rural não precisa obedecer às mesmas
características, porque a área representada cartograficamente será muito maior.
Cada uma das escalas tem abordagens diferentes e cabe ao estudante saber
avaliar qual a mais adequada para o contexto da questão.
Projeções cartográficas
Ao contrário da
abordagem mais clássica utilizada nas questões de escala, as projeções cartográficas
aparecem no Enem sempre contextualizadas com a atualidade. Cristina destaca
que, nessas perguntas, a prova enfatiza o uso do mapa como instrumento
ideológico. As projeções mais frequentes são as de Peters, que é cilíndrica e
mantém a proporção das áreas representadas, e a de Mercator, uma das mais
adotadas em todo o mundo, que conserva o formato dos continentes, mas distorce
as áreas.
A professora
reforça que as questões incentivam um diálogo entre as duas projeções, que
trazem com elas visões de mundo políticas e distintas. “A projeção de Peters
tenta se contrapor às eurocêntricas, ela valoriza o hemisfério sul e dá
destaque para a África, ao contrário de Mercator. É uma maneira de mostrar o
mundo por outro olhar e é possível que caia em um enunciado associado, por
exemplo, à onda migratória dos últimos três anos”, explica.
Outros vestibulares
Na visão de
Cristina, o Enem tem se tornado uma prova cada dia mais conteudista, com
modelos de questões bastante similares aos dos vestibulares tradicionais. Ainda
assim, o exame mantém o aspecto interpretativo, de análise e correlações, sistema
que também tem sido adotado nos demais vestibulares. “Cada dia mais eles estão
com essa preocupação, de serem interdisciplinares e conteudistas ao mesmo
tempo. Por isso, as outras provas também estão deixando de ser tão
setorizadas”, analisa.
Porém, ainda é
possível encontrar questões bastante específicas em vestibulares como a Fuvest.
“A cartografia nessa prova vai, sim, ainda cobrar muitos detalhes, pegadinhas,
notas de rodapé, enquanto o Enem pede um contexto geral”, observa a professora.
Gabarito
das questões
Enem 2011 – E
Enem 2013 – D
Enem 2015 – D
Enem 2016 – C
Enem 2016 (2ª aplicação)
– E
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